Acidente ocorreu na refinaria de Amuay, a maior do país.
Chávez determinou investigação urgente sobre episódio.
O governo venezuelano informou na noite deste sábado (25) que subiu para 39 o número de mortos após a explosão ocorrida na refinaria de Amuay, uma das três que formam o Centro de Refinamento de Paraguaná, o principal da Venezuela e um dos maiores do mundo.
“Até este momento, a cifra é de 39 compatriotas que estão no necrotério do hospital da previdência social: 18 são membros da Guarda Nacional Bolivariana (GNB), 15 são civis, a maioria familiares dos guardas (…) e há seis corpos não identificados”, afirmou o vice-presidente, Elías Jaua, atualizando o boletim anterior de 26 óbitos.
A ministra da Saúde, Eugenia Sader, informou que alguns feridos continuam internados e estão sob observação, outros foram transferidos para uma unidade de queimados num hospital do estado vizinho de Zulia e 75 foram liberados porque só tinham queimaduras leves. Mais cedo, ela tinha informado que 86 pessoas foram levadas para o hospital Rafael Calles Sierra da cidade de Punto Fijo, no Estado Falcón, onde se encontra a refinaria.
Este é o acidente mais grave já registrado em uma instalação da da estatal petroleira PDVSA.
O presidente venezuelano Hugo Chávez declarou luto oficial de três dias e ordenou a realização de ‘investigações urgentes’ para descobrir a causa de uma grande explosão no maior complexo de refinarias do país, Paraguaná.
O ministro de Energia e Petróleo da Venezuela, Rafael Ramírez, culpou um “vazamento de gás” pelo incidente, que aconteceu na madrugada deste sábado. “O acúmulo de gás criou uma nuvem que explodiu e provocou incêndios em pelo menos dois tanques da refinaria e nas áreas ao redor”, disse Ramírez à televisão estatal. “A explosão foi de grande magnitude, por isso há danos notáveis na infraestrutura e em residências que estavam em frente à refinaria”, acrescentou.
A explosão ocorreu durante a madrugada e afetou principalmente o complexo habitado por um comando da Guarda Nacional Bolivariana, encarregada da segurança da refinaria, assim como várias instalações vizinhas.
O acidente gerou um incêndio em várias áreas da refinaria, mas o fogo foi controlado, segundo ainda Ramírez, explicando que a enorme fumaça negra que persiste sobre o complexo se deve a alguns resíduos de hidrocarbonetos nos tanques e que é preciso esperar até que se consumam por completo.
“Temos conhecimento de que existem muitas famílias afetadas, que estão fora de suas casas, que foram evacuadas ou que assumiram elas mesmas a evacuação. Vamos executar o plano de assistência para elas”, afirmou o número dois do governo.
A refinaria se encontra numa zona residencial e com comércios, onde moram trabalhadores do complexo com seus familiares, assim como famílias pobres que se instalaram nas áreas periféricas.
Segundo a governadora de Falcón, Stella Lugo, ao menos “200 residências foram afetadas” pela explosão e o posterior incêndio. O governo já criou abrigos para receber os evacuados.
“Foi uma explosão na área de armazenamento, produto de um vazamento de gás que, pelas condições climáticas que reinavam, ficou acumulado na área e, diante de uma fonte de ignição, explodiu”, explicou Ramírez, depois de fazer um reconhecimento das instalações.
“Vamos investigar a origem disso, mas não podemos adiantar nenhuma hipótese. Agora, o que estamos fazendo é enfrentar a situação, atendendo aos feridos, retirando os escombros”, acrescentou Ramírez. Cerca de 80 bombeiros especializados da PDVSA continuam posicionados no lugar.
Atividades suspensas
Depois da explosão, foi realizada uma parada programada da atividades do complexo, que deve voltar a funcionar dentro de dois dias, afirmou o ministro do setor.
O ministro de Energia, Rafael Ramirez, afirmou que as unidades de processamento da refinaria Amuay não foram afetadas pela explosão, mas que ainda havia fogo em um tanque de armazenamento de nafta. Ele disse ainda que a PDVSA vai ampliar a produção em outras refinarias, e que a empresa tem estoques equivalentes a 10 dias de vendas para garantir o cumprimento de acordos de exportação e as necessidades do mercado doméstico.
A refinaria de Amuay, que faz parte do Centro de Refinamento Paraguaná, e a maior deste país petroleiro e processa 645.000 barris de petróleo por dia. O Centro de Refinamento de Paraguaná cobre mais de 60% da demanda de combustível da Venezuela.
A Venezuela – primeiro produtor de petróleo na América do Sul e quinto exportador mundial – produz em média três milhões de barris diários (mbd), segundo dados oficiais, apesar de a Opep afirmar que a oferta de petróleo do país é de 2,3 mbd.
A Opep certificou em 2011 que a Venezuela tem as maiores reservas mundiais de petróleo, com 296,5 bilhões de barris, acima das da Arábia Saudita, o país com maior capacidade de refino.
Em março passado, as autoridades venezuelanas informaram que esta cifra aumentou para 297,57 bilhões de barris.
Fonte: G1