Deputados debatem efeitos da estiagem

O deputado Ely Aguiar (PSDC).

O deputado Ely Aguiar (PSDC).

Situação calamitosa suscita debate sobre políticas públicas voltadas para o homem do campo.

As notícias sobre os efeitos da mais longa estiagem que hoje afeta 178 municípios cearenses, do total de 184, norteada pela Fundação de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), ser a quinta pior da história, levou parlamentares à tribuna da Casa Legislativa a fazerem um levantamento sobre as atuais políticas públicas voltadas para amenizar o sofrimento do homem do campo.

O deputado Ely Aguiar (PSDC) salientou que hoje o Ceará vive uma seca torrencial, no qual está levando o povo nordestino a passar sede e fome. Diante desta situação, o parlamentar afirmou estar preocupado, por ler em alguns blogs e colunas, que assessores ligados ao governador Cid Gomes, estariam incentivando à vinda do cantor Paul McCartney para a reinauguração do Estádio Castelão.

“Fico preocupado porque o cachê de Paul McCartney custa cerca de US$ 4,5 milhões para vir cantar na América do Sul”, segundo Ely, caso afirmação seja verdadeira, considera o fato inaceitável, “estamos vendo os problemas que o Ceará enfrenta com a seca, a população precisa estar atenta, para que isto não venha acontecer”.

Em aparte, o líder interino do governo na Assembleia Legislativa, o deputado Sérgio Aguiar (PSB), afirmou que, diante dos problemas da seca no interior do Estado, o governo tem grandes preocupações para combater com urgência a estiagem que assola o interior do Estado, inclusive com a parceria com a Defesa Civil e o Exército. “A possível vinda de Paul McCartney, não terá o patrocínio oficial do governo e nem pela máquina pública do Estado”, afirmou.

Aguiar falou para o jornal O Estado que, “desde quando foi decretado estado de emergência no Estado, o Governo está tomando todas as decisões cabíveis, como, as ações necessárias em relação ao abastecimento de água, utilizando carros-pipa, disponibilizados pela Defesa Civil e o pagamento do auxílio estiagem, no qual foi feito no mês de julho”. Para Aguiar, o que mais preocupa o Governo, são as previsões feitas pela Funceme, sobre o inverno do ano que vem.

“Na tentativa de reduzir os efeitos da estiagem, o Governo está investindo no projeto Cinturão das Águas que nasce no município de Jati, por onde chegarão as águas do rio São Francisco ao Ceará, e se estenderá por 160 quilômetros até Cariús, levando água para uma das regiões mais secas do Sertão dos Inhamuns”, destacou.

Antônio Carlos (PT), ressaltou o projeto de Integração do rio São Francisco, no qual foi homologado na última sexta-feira (31), com a presença do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, no qual, compreende a construção de seis novos reservatórios no lote 5, além da ampliação do reservatório de atalho.

A obra que terá o investimento de 518 milhões vai beneficiar cerca de três milhões de cearenses. O projeto de integração do rio São Francisco, vai ser ligado ao Cinturão das Águas, e está orçado em R$ 1 bilhão e 300 milhões, com investimentos do Governo Federal. “Esta é uma batalha que vários parlamentares vieram à tribuna para cobrar”, registrou o petista.

Outro parlamentar a retratar o agravamento da seca no Ceará foi o deputado Lula Morais (PCdoB). O parlamentar ressaltou que a questão mais urgente “é a falta de água potável para consumo, porque o problema da fome foi diminuído pelos programas sociais, e as transferências de renda que o Governo Federal vem desenvolvendo”. Morais afirmou que na última segunda-feira (3), visitou a Defesa Civil e averiguou que os carros-pipa chegaram a todos municípios no cronograma de 30 dias.

FALTA DE GRÃOS
O deputado Sérgio Aguiar (PSB), afirmou que amanhã (6), será feito um pregão para que o Estado do Ceará possa contratar transportes para irem buscar os grãos que estão em outros centros fora do Ceará. “É uma forma de o Governo contribuir e minorar os efeitos pela falta de grãos”, afirmou. O parlamentar ainda ressaltou que, “o Governo decidiu que seria vigente os descontos no Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), na entrada de produtos agrícolas, como o milho para a avicultura. O rebate no ICMS foi uma forma de amenizar os prejuízos agravados pela seca, e consequentemente não permitir o aumento do preço para público consumidor cearense”, pontuou.

 

Fonte: Jornal O Estado Ce

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