Crime ocorreu na noite de quinta-feira, quando moradores ouviram os tiros. Mas só de manhã os corpos apareceram.
Os dois corpos foram encontrados pelos moradores no começo da manhã de ontem. Os cadáveres estavam debaixo de uma árvore. Apenas um dos mortos foi identificado pela Polícia. O segundo não portava nenhum documento
Dois homens foram encontrados mortos, na manhã de ontem, em uma área invadida localizada na Esplanada do Araturi, no distrito de Jurema, em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza. A Polícia suspeita de que a dupla execução sumária foi praticada por ordem do tráfico de drogas naquela comunidade.
Logo que chegaram ao local do crime, policiais militares, lotados no 12ºBPM (Caucaia) perguntaram se algum morador conhecia as vítimas. Todos foram unânimes em dizer que ambos eram desconhecidos.
Os moradores contaram apenas que estampidos foram ouvidos por volta de 23 horas de anteontem, no entanto ninguém teve coragem de sair de casa para ver o que tinha ocorrido.
Os corpos estavam ao lado de um cajueiro. Nos galhos da árvore, os policiais encontraram várias tábuas colocadas por usuários de drogas que ficavam em cima delas para ter melhor visão e avisar aos comparsas sobre a aproximação da Polícia ou mesmo de traficantes de inimigos.
Barra de ferro
Das duas vítimas, apenas uma delas foi identificada pela Polícia no local do crime. Somente Gledson Alexandre do Carmo portava documentos. Ele foi assassinado com vários golpes de um objeto contundente feito com cimento e barra de ferro.
A perita Sônia Silva, da Coordenadoria de Criminalística (CC) da Perícia Forense do Ceará (Pefoce), constatou, ainda, que o outro homem, sem identificação, apresentava duas lesões de tiros na nuca.
No local do crime, foram encontradas uma serra de pão manchada e um estojo munição calibre 32. A delegada Monique Teixeira, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), disse que a falta de informações por parte dos moradores da comunidade dificulta o trabalho da Polícia, entretanto não impedirá a elucidação do duplo assassinato.
Os corpos foram encaminhados à Coordenadoria de Medicina Legal (Comel) da Pefoce, onde, até a noite passada, o morto que não tinha documentos permanecia como indigente.
Medo
Embora não quisessem falar abertamente sobre o crime, os moradores da área onde o corpo foi encontrado disseram que o tráfico de drogas ali é intenso e que o silêncio é a forma que eles encontram para não sofrer represálias dos criminosos.
Policiais do Serviço Reservado do 12ºBPM também trabalham para esclarecer o crime.
FERNANDO BARBOSA
REPÓRTER
Fonte: Diário do Nordeste