Treze pessoas foram presas nesta quarta-feira suspeitas de participar de corrupção eleitoral no município de Trairi. A Operação Trairi Limpa II investiga susposta formação de quadrilha e corrupção eleitoral consistente no uso da máquina pública para beneficiar os candidatos.
Coletiva no Ministério Público Federal com o coordenador do Centro de Apoio de Operacional Eleitoral Raimundo Nogueira Filho, procurador Regional Eleitoral Márcio Andrade Torres e o delegado da Polícia Federal Janderlyer Gomes.
A operação cumpriu 27 mandados de busca e apreensão e 13 de prisões temporárias expedidos pelo juiz eleitoral, Fernando Teles de Paula Lima.
De acordo com o delegado da Polícia Federal Janderlyer Gomes as investigações de corrupção eleitoral tiveram início há um mês a partir das primeiras investigações da Operação Trairi Limpa I que descobriu o desvio de verbas públicas de R$ 20 milhões. “A Polícia Federal passou a investigar o crime eleitoral a partir de dados coletados na Operação Trairi Limpa desencandeada pelo Ministério Público Estadual em Trairi e que detectou desvio de recursos públicos. A operação de hoje o inquérito foi instaurado visando apurar a possível utilização desse recurso desviado na compra de votos”, esclareceu o delegado.
Compra de votos
Conforme a PF, a suposta compra de votos se dava com a distribuição de remédios e dentaduras. A primeira-dama de Trairi Silvia Virgínia Aguiar e o filho do prefeito, que é secretário de administração, Gustavo Viana Aguiar, foram presos. Segundo o promotor de Justiça de Trairi, Igor Pereiro foram encontrados indícios do crime de compra de votos na casa da da primeira dama. “Na casa da primeira-dama, foram encontradas várias caixas de remédio. Havia receituário médico em cima de cada remédio. Uma possível indicação de que estava havendo entrega de medicamentos a eleitores”, explicou o promotor.
Além da primeira-dama e o filho do prefeito, na Operação Trairi Limpa II foram presos o vereador Francisco Magno Magalhães, que é candidato a prefeito apoiado pela gestão municipal, o presidente da câmara Antônio Barros Barbosa, a vereadora Francisca Oneide benevides e a candidata a vereadora Rebeca de Castro Andrade. Juntamente com o vice-prefeito do município, Francisco Flávio de Azevedo, duas mulheres que trabalham como cabo eleitoral, Maria Gorete Souto Pinto e Elis Regina Vital, além de um comerciante local identificado como Antônio Eduardo.
Em coletiva na tarde desta quarta-feira, p procurador Regional Eleitoral, Márcio Andrade Torres informou que a prisão temporária vai ajudar o Ministério Público nas investigações. “Todas aquelas pessoas que foram alvos de uma busca e apreensão e de uma prisão temporária, elas tem um envolvimento premilinar com relação aos fatos, mas envolvimento só vai ser melhor delimitado com o aprofundamento das investigações”.
Desvio de verbas e corrupção eleitoral
Foram expedidos novos mandados de prisão para o secretário de Saúde, José Evandro da Cunha e a secretária de Educação, Maria das Graças Barbosa. Eles já estavam presos acusados de desvio de verbas, e agora foi expedido mais um mandado de prisão contra os dois.
Esta segunda operação foi realizada pelos promotores de justiça Andre Clark Cavalcante, Igor Pereira Pinheiro, Eloison Landim e Epaminondas Vasconcelos e coordenada pela Superintendência da Polícia Federal em parceria com a Procuradoria Regional Eleitoral.
Ainda neste mês de setembro, oito pessoas foram presas suspeitas de desvio de verbas de R$ 20 milhões no Trairi. A Justiça decretou a prisão de 16 gestores públicos, advogados e empresário por fraudes em licitações públicas.
Fonte: Diário do Nordeste